domingo, 29 de abril de 2007

O Bem-Casado

Um aplauso especial aos noivos que assumem que o que é bom mesmo em
bolo é chocolate ao invés de pasta americana branca. Fonte: casamento Mari & B. Lindo !

Depois de muita expectativa, Prosecco, reuniões de brainstorming e provas de vestido chegou o casamento da querida amiga Mari. Eu e Tati fomos escolhidas para ser damas de honra. Uma tarefa mais do que especial quando se já tem mais de 10 anos de idade.



Para começar, estávamos mais nervosas que as outras três daminhas veteranas que nos ensinaram no backstage como andar pausadamente na entrada da Igreja. O que não sabíamos ser o melhor da festa era poder assistir de camarote (sentadas nas escadinhas do altar) a cerimônia. Mais precisamente ao lindo ritual de ver o noivo chorar quando tocam os sinos para entrada da sua amada, ver a mão da avó tremer de nervoso, a testa do pai começar a suar e e a noiva, claro, esplendorosa entrar.



As damas: Tati e a autora.

A quantidade de rituais, tradições, supertições faz com que o casamento seja sempre um objeto interessante para se analisar. Do ponto de vista de relacionamento, moda, etiqueta, religião e.... gastronômico. Quem já viu o programa “Buquê e Buffet” do Discovery Home & Health sabe. Depois da expectativa de ver cerimônia acontecer, a grande estrela da festa é a comida. Pode parecer até loucura – ou mentalidade exagerada de gordinha – mas não basta um belo vestido se a bolinha de queijo estiver fria e os chocolates tiverem gosto de cera.

Outro fato interessantíssimo são os personagens coadjuvantes do casamento. Um dois mais engraçados na minha opinião é aquela tia mais velha que monitora a mesa de doces. Começa pegando escondido um docinho ou outro – enquanto a geral ainda está nos canapés. Quando chega a hora de atacar, vem estrategicamente com uma bolsinha maior para fazer o estoque da semana... Enfim, exageros que têm a sua graça.

Pensando no extremo oposto do ritual, lembrei da Samatha de Sex & the City que se declara anti-namoro. Talvez ela nunca experimente o vestido branco porque tenha uma alma solidária. Deve acreditar que é melhor fazer muitos homens felizes ao invés de só um. Mesmo assim, os que casam também são solidários. Proporcionam sempre uma linda mesa de doces para aqueles que acabam a festa sozinhos. Sem beijo, mas com um delicioso bem-casado na mão.

Enfim, o tema casamento só foi inspiração para post de hoje porque a festa da Mari&B de ontem foi impecavel, em todos os sentidos.


Para quem se arriscar, segue receita de bem-casados. Um dia vou tentar fazer uma versão tamanho família para servir de sobremesa ;)



INGREDIENTES (30 A 40 UNIDADES)6 ovos inteiros6 colheres (sopa) de açúcar1/2 colher (café) de fermento em pó14 colheres (sopa) de farinha de trigo peneiradaRecheio: 1/2 kg de doce de leiteCalda: 2 xícaras (chá) de açúcar para 1/2 xícara (chá) de água mornaManteiga para untar e farinha de trigo para polvilhar a assadeiraPREPARO• Na batedeira, junte os ovos com o açúcar e bata por 15 minutos até obter um composto fofo e aerado. Retire da batedeira e adicione lentamente o fermento, misturando por, no máximo, 1 minuto.• Acrescente a farinha de trigo peneirada e misture delicadamente, usando uma espátula de furos grandes (ou uma escumadeira) para continuar aerando a massa.• Numa assadeira untada e enfarinhada, vá pingando a massa com uma colher de sobremesa, formando pequenos bolinhos com cerca de 4 centímetros de diâmetro. Mantenha espaço entre cada bolinho.• Asse em forno preaquecido a 250ºC, por cerca de 4 a 5 minutos, até a massa dourar.• Retire da assadeira e dê formato aos bem-casados unindo os bolinhos, dois a dois, com o doce de leite.• Para a calda, misture o açúcar na água morna. Mergulhe os bem-casados rapidamente e, aos poucos, nessa calda (sempre fora do fogo) e, com a ajuda de um garfo, vire-os para que fiquem molhados por inteiro. Escorra-os no próprio garfo, de encontro à panela, retire-os e coloque-os, de preferência, sobre uma grade para secar.• Se for necessário, pingue um pouco de água morna na calda, durante o preparo, para evitar que resseque.• Sirva os bem-casados embrulhados em papel celofane, papel crepom e lacinhos de fita.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Dama Grande- preparativos.

Amanhã vou ser dama de honra do casamento da minha querida Mari ! Com o pequeno detalhe: tenho 23 anos. Essa sensação é igual comer balas boneco, uma viagem no túnel do tempo. A diferença é que dessa vez não tenho mais a licença de empacar no meio da entrada da igreja e começar a chorar pedindo pela minha mãe. Fiz algo parecido com 6 anos de idade.
Aguardem o próximo post repleto de fotos e bem-casados.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

1+1=3




Comecei o blog ontem, mas hoje é a estréia oficial. Dia de aproveitar o feriado para deixar a vergonha de lado e iniciar a construção do blog, como uma casa. A verdade é que como tudo na vida, tem horas que não adianta muito planejar. Desenhar plantas, esquemas, decidir onde ficará cada móvel pode ser uma perda de tempo já que tem horas que a intuição fala mais alto.

Por isso, deixei de pensar muito sobre qual estilo vou seguir e sobre o que vou falar para ser levada pela experiência. É quase como um estilo “Torrone” de ser. Um dia, um ser humano resolveu usar restos de amendoim, misturar com chocolate, merengue, mexe, mexe e nasce o torrone. Imprevisível, mas delicioso. Aliás, quase tudo na culinária nasceu ao acaso. Encontrar a alma-gêmea muitas vezes também acontece quando a gente tá na farmácia, inchada, com TPM e vestindo o seu modelito “não-queria-ter-saído-de-casa-hoje”.

Estou no espírito de fazer uma ode ao “não-planejamento” – os profissionais da área que me perdoem. Vocês já perceberam que as melhores Nights são aquelas que te surpreendem ? Por mais que você planeje aonde deseja ir, acaba sempre encontrando alguém que não esperava, que te leva para outro lugar desconhecido e por aí vai. E as escolas de samba ? Ninguém imagina que daquela bagunça da concentração na Sapucaí pode sair uma festa tão organizadamente espontanea. O mais reconfortante disso tudo é que depois do caos, dos ingredientes separados e estranhos, tudo dá certo. As casas se erguem, o desfile acontece, os torrones nascem.

Tenho que confessar que muitas vezes a síndrome “Poliana” toma conta de mim. Mas não é de todo mal. Afinal, se a gente acredita que da destruição pode surgir uma construção mais interessante, tá valendo.
Ps: Sempre que possível vou postar umas receitas, mas como hoje o tema é não planejar, que cada um crie o seu torrone... aceito novas re-leituras do doce no comments ;)

domingo, 22 de abril de 2007

Bon Appetit


Tenho que admitir. Fui um tanto quanto influenciada por Carrie Bradshaw de Sex And The City para começar a escrever meu blog. Teve uma dose de admiração pela mulher que escreve, coisa que eu não exercito há tempos. Outra dose foi pensando em renascer meu fotolog Chocolate Society, onde a idéia era postar fotos de dar água na boca e receitas.

Para quem não sabe, a-d-o-r-o chocolate. Até aí não tem nenhuma novidade- afinal sou do sexo feminino. Mas o projeto aqui é um pouco mais ambicioso.

O mundo Dona Benta das receitas ficou para trás. A nossa volta estão cidades, pessoas, relacionamentos. Enfim, um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo - sintoma da pós-modernidade. Pensando nesse espírito me dei a licença para escrever sobre a cidade sob a inspiração do chocolate; os relacionamentos sob a inspiração do chocolate.

Pode parecer estranho, mas partí da premissa que tudo misturado com chocolate vai bem. Aqui vamos nós.